Joselino,este nome foi escolhido em homenagem a seus avós, materno Josué e paterno Paulino. Natural de fato de Recife – PE e de direito, Campina Grande – PB. Foi concebido e viveu em Recife até as véspera do seu nascimento que ocorreu em Campina Grande. Meu sétimo filho foi mais uma bela parcela de amor consentido enriquecendo o tesouro sentimental de minha família. Ainda criancinha revelou um temperamento de muita calma e serenidade. Sua robustez física foi sempre constante, o seu ingresso no convívio de nossa família se deu numa fase muito interessante. Já havia seis irmãozinhos à sua frente, cada um disputando com vivacidade seu lugarzinho nas atenções, carinhos e atendimento geral e o mais jovem, o recrutinha, embalado num mar de tranqüilidade sem nada reclamar, foi naturalmente ocupando a retaguarda do pelotão em marcha ocupando todos os espaços. Em breve tempo notamos que nosso Joselino vivia com certas desvantagens no grupinho familiar, muito embora eu e a mamãe empreendêssemos todos os esforços para atendermos a todos com igualdade no afeto, zelo e cuidados. Era o neto mais parecido com sua avó materna e Edísia como boa filha que foi, dispensava ao nosso Neném, como o chamávamos, um carinho especial àquele que tanto retratava sua querida mãe, Dona Santina.
Joselino viveu seus primeiros três anos de vida em Recife, precisamente na Vila Militar de Socorro, ouvindo os toques das cornetas do Regimento Guararapes. Já começava sua vida familiarizando-se com a profissão que veio em breve abraçar.
Em 1965 nos mudamos para Campina Grande, eu já na reserva do Exército. Nossa residência na rua Ouro Branco, 703 era espaçosa e na vizinhança havia uma numerosa garotada de sua idade e ele foi se soltando, acompanhando com desembaraço os irmãos e amigos. Foi sempre um garoto forte e disposto, seu tórax largo, robusto, me fazia antever nele um bom atleta e um bom Capitão de infantaria, mas eu errei na arma, ele escolheu Intendência. Viveu sua infância muito tranqüila e feliz, dosava prudentemente os estudos e as brincadeiras, cedo concluiu o curso primário e já com a sexta série terminada fez a admissão à quinta série no Colégio Militar de Fortaleza, ingressando na trilha da carreira militar. Fôra quatro anos em Fortaleza, três em Campinas na Preparatória e quatro na Academia de Agulhas Negras. Onze anos de luta e sacrifícios. Sei a dureza da vida que passou longe da família, de sua terrinha natal, da sua saudosa convivência de infância. Tudo isso lhe pesava muito, mas ele foi mais forte do que eu imaginei que pudesse ser. Meu menino outrora meio introvertido, foi à frente, ergueu a cabeça, fortaleceu seu espírito de luta e venceu, conquistou uma profissão árdua, porém honrosa, de grau superior, que muita gente boa desejou e deseja conquistar.
Hoje, Coronel da ativa do Exército, é um profissional honrado, um servidor da Pátria que tem o dever específico de defender a dignidade do nosso país. Meu filho é um soldado, um cidadão especial, um pai de família exemplar, um orgulho deste pai e de toda família.
Marcelle, o amor é tudo de bom nessa vida, e voce o tem. Coragem, é a energia necessária para transpormos obstáculos, voce a tem, e muito. Família, uma enrgia celular, sanguinea, tecidual, astral, e voce a tem. Vida, essa energia que nos faz acordar todas as manhãs, que nos impulsiona, que se põe a nossa frente e nos chama para seguirmos o nosso destino, e voce a tem. Torcida, um grupo de pessoas que vibra, que admira, que grita, que se curva diante de qualquer vitória, não importa o tamanho dela, e voce a tem, somos todos nós, te amamos demais. Viva 24 de março.
